Obra de alargamento da faixa de areia de Balneário Camboriú só para 2019. O anúncio é do secretário de Planejamento, Rubens Spernau, em sabatina na Acibalc (Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú). Segundo ele, o município só lançará o edital de licitação quando a verba necessária estiver “carimbada” – ou garantida. Algo em torno de R$ 105 milhões. Depois, serão necessários mais uns R$ 90 milhões para a urbanização da parte aterrada. Total de mais de R$ 200 milhões. Que também terão que ser buscados.
Será por financiamento do BNDES, com juros e carência, fatores que precisam ser discutidos, ainda. Para isto o prefeito Fabrício Oliveira esteve na sede do Banco, no Rio de Janeiro.
Buenas, diriam os gaúchos: estamos ouvindo a todo instante anúncios do alargamento da faixa de areia como favas praticamente contadas. Fizeram festa político-administrativa com a simples aprovação da LAP (Licença Ambiental Prévia) libera pelo IMA (Instituto do Meio Ambiente, ex-FATMA), sabendo-se de duas etapas rigorosas, ainda, pela frente: a LAI (Licença Ambiental de Instalação) e a LAO (Licença Ambiental de Operação), cujas condicionantes, neste e noutros casos, costumam ser rigorosas e cheias de minudências.
Nossas ideias e opiniões sobre alargamento da areia são conhecidas, mas repetiremos:
Antes dela, esses recursos deveriam ser buscados, prioritariamente, para ampla despoluição da cidade – apesar da espetaculosa propaganda oficial de “cidade mais saneada do Brasil”, o que é uma inverdade técnica e real. Não o é nem em SC. E não o é porque confundem extensão de rede instalada de esgoto com saneamento, que envolve muitos e múltiplos aspectos a serem considerados – a começar pela infrutífera (até aqui), tentativa de despoluir o Canal Marambaia e, do outro lado, o Rio Camboriú, o Rio das Ostras e, ao centro, o Rio Peroba (“um rio por onde corre tudo, menos água”, segundo relatório da Campanha da Fraternidade regional, dirigida ao Meio Ambiente, ano passado).
Essa teimosia é um mero desvio de foco ou apenas megalomania.
Isto mesmo Aderbal. Precisamos ter saúde antes de estética. Pouca vergonha todos prefeitos não priorizarem o que realmente importa às pessoas e à natureza.
Ademais, esta propagada obra de alargamento, é um absurdo ser projetada por gente sem experiência na área.