Mesmo aqueles que se arvoram em defensores do enxugamento da máquina, contra privilégios, mestres da economia em favor do povo, direitistas ou esquerdistas, conservadores ou progressistas, estão enfiados até o talo nos valores absurdos de diárias pagas pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina no período de 2015 a 2018, segundo dados do Portal da Transparência da Assembleia. E estão lá por ser impossível sonegar informação ao dispor de todos e advirem de documentos oficiais. Não publicar seria um crime maior do que as despesas.
Fica a curiosidade de saber – ainda está em tempo de os deputados envolvidos explicarem – no que gastaram tanto.
Maurício Eskudlark, do PR, é o campeão neste quesito de privilégios parlamentares: R$ 849.905,00. Seguido de Luciane Carminatti (PT), com R$ 832.095,00; Ricardo Zanata Guidi (PSD), com R$ 826.810,00; Mário Marcondes (MDB), com R$ 822.375,00; Aldo Schneider (MDB – falecido), com R$ 820.610,00; Valdir Cobalchini (MDB, com R$ 802.785,00; Dirceu Dresch (PT), com R$ 798.895,00; Pedro Baldissera (PT), com R$ 791.645,00; Ismael dos Santos (PSD), com R$ 753.690,00; Dirce Heiderscheidt (MDB), com R$ 746.110,00. São os dez primeiros.
Gelson Merísio (PSD), presidente da Assembleia e atual candidato ao governo, que prega moralidade e controle de despesas, embolsou R$ 530.250,00 em diárias no mesmo período. O atual presidente, Sílvio Dreveck (PP), consumiu R$ 579.135,00.
Ninguém faturou com diárias menos de R$ 190.885,00, dentre os deputados efetivos, como Narciso Parizotto (PSC). Até suplente que ficaram poucos dias na atividade gastaram bem. Nesta condição (suplência), o que gastou menos foi Ivan Naatz (PDT), com R$ 35.289,80.
Total da gastança: R$ 22.538.938,20. Fariam muito bem os deputados envolvidos se cada um esmiuçasse no que gastaram a grana.