Durante a inauguração do Contorno Viário da Grande Florianópolis, a maior obra de infraestrutura rodoviária do Brasil, o presidente Lula (PT) criticou a falta do governador Jorginho Mello (PL). “Ele perdeu a oportunidade de participar da inauguração mais importante do estado”, afirmou Lula, destacando que Mello poderia ter se manifestado livremente.
Jorginho Mello, aliado de Bolsonaro e que não compareceu a nenhum evento do governo federal, justificou sua ausência por um conflito de agendas. Ele estava em um encontro com outros governadores bolsonaristas. A vice-governadora Marilisa Boehm representou Mello no evento e recebeu elogios do presidente.
Lula também reprovou as ações de Jair Bolsonaro durante a pandemia, mencionando motociatas e um passeio de jet ski em momentos críticos. “Eu gosto de trabalhar, não gosto de jet-ski”, alfinetou o presidente.
A cerimônia de inauguração em Palhoça, Santa Catarina, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dos ministros Rui Costa (Casa Civil), o Renan Filho (Transportes) e da diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa.
O governador, que viajou ao Espírito Santo para um encontro do Consórcio de Governadores do Sul e Sudeste (Cosud), usou mais cedo as redes sociais para criticar a presença de Lula na inauguração do Contorno.
— Isso não precisa inauguração. Eu gostaria muito que o Governo Federal viesse aqui inaugurar obras federais. Essa ‘lenga-lenga’ da (BR) 470 e tantas outras obras federais — disse.
Jorginho também afirmou que não há recurso federal na obra.
Presidente do BNDES alfinetou o governador Jorginho dizendo que alguns não sabem conviver com a democracia e com o pacto federativo.
Ele disse que o Contorno Viário não existiria sem o BNDES. Além de ser uma concessão federal, desde 2011, o banco financiou diretamente R$ 850 milhões de investimentos da Arteris Litoral Sul S.A, concessionária responsável pela administração do trecho.
O BNDES foi o único financiador do projeto em seu início, momento de maior risco, e ancorou a emissão de uma debênture de R$ 2 bilhões, ajudando a trazer investidores privados e viabilizando a realização da obra, segundo Mercadante.
“A declaração do governador de Santa Catarina desconsidera completamente a própria concessão federal feita no segundo governo do presidente Lula e a atuação do BNDES, que tornou possível a entrega do Contorno Viário da Grande Florianópolis”, retrucou.
Fontes: NSC TOTAL e ND +