Busca por viagem para Argentina cai 40%, e brasileiros miram outro destino

Nos últimos 12 meses, a Argentina, antes considerada um destino acessível para os turistas brasileiros, viu uma queda de 40% na procura por viagens, segundo o estudo anual Barômetro Viajala. Este estudo, que analisou 40 milhões de buscas em sites de turismo da América Latina entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, revela uma mudança significativa nas preferências dos viajantes, que agora estão voltando seu olhar para destinos como o Chile.

A nova realidade turística da Argentina

A pesquisa mostrou que, mesmo com a queda de 22% no preço das passagens aéreas para Buenos Aires (partindo de Florianópolis), o interesse pela Argentina se manteve baixo. Em São Paulo, a procura caiu 40%, enquanto no Rio de Janeiro a redução foi de 17%. O que pode ter causado essa mudança drástica?

A resposta pode ser encontrada na disparidade de preços que os turistas enfrentam ao visitar o país. Embora o câmbio tenha favorecido os viajantes em determinados momentos, os preços elevados de alimentos, bebidas e transporte transformaram a Argentina em um dos destinos mais caros da América Latina. Um simples café em Palermo pode custar até US$ 3,20, quase o mesmo que se paga em Miami.

A comparação com outros destinos

Com a Argentina perdendo seu apelo, o Chile surge como uma alternativa atraente. Os preços das passagens para Santiago caíram 9% em relação ao ano anterior e as buscas pelo destino aumentaram 25%. Segundo dados do Sernatur, o número de turistas brasileiros no Chile quase dobrou em um ano, subindo 75%.

Foto de Turista na Argentina

Os turistas estão começando a perceber que podem encontrar opções mais econômicas e igualmente atrativas no Chile. Além disso, Santiago oferece uma variedade de experiências culturais e gastronômicas que estão cada vez mais sendo valorizadas pelos viajantes.

O impacto da economia local

O cenário econômico na Argentina também desempenha um papel crucial nessa mudança. O peso argentino valorizou-se em 40% entre dezembro de 2023 e outubro de 2024. No entanto, essa valorização não resultou em um aumento do poder aquisitivo da população local devido à estagnação salarial e à recessão econômica provocada pelas políticas do governo Javier Milei.

Os preços elevados impactam não apenas os turistas estrangeiros, mas também os argentinos. Produtos básicos como pão fatiado e manteiga têm seus preços atrelados ao dólar e se tornaram inacessíveis para muitos. O índice Big Mac da Economist mostra que o hambúrguer na Argentina é o mais caro da América Latina e um dos mais altos do mundo.

Conclusão

A descida vertiginosa da procura por viagens à Argentina reflete uma série de fatores interligados: a alta dos preços locais, a comparação desfavorável com outros destinos como o Chile e as dificuldades econômicas enfrentadas pela população argentina. Para os brasileiros que buscam novas experiências turísticas na América Latina, parece que Santiago se tornou a nova estrela do turismo sul-americano. A pergunta que fica é: até quando essa tendência se manterá?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.