Nilza Simas de Itapema é acusada de integrar esquema de exploração turística; Câmara abre investigação.
A ex-prefeita de Itapema, Nilza Simas (PL), está no centro de uma polêmica grave, sendo acusada de fazer parte de um esquema de exploração turística no Molhe do Rio Bela Cruz. As denúncias surgiram durante a 1ª Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores, realizada na terça-feira, 4, com a participação dos vereadores Saul Ramos (PP) e André Oliveira (NOVO).
As acusações apontam que uma alteração legislativa foi feita para beneficiar o ex-vereador Lindiomir Galisa (PP), que também é empresário. O esquema teria utilizado o Centro de Autismo como uma estratégia para desviar a atenção das investigações do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Conforme informações do portal Lance Itapema, a construção do Molhe do Rio Bela Cruz foi solicitada pela prefeitura devido à urgência indicada pela Defesa Civil, custando aproximadamente R$ 14 milhões. A estrutura visava prevenir enchentes na região, funcionando como uma barreira contra as águas do mar.
Após a conclusão da obra, houve um processo de revitalização com base na Lei Municipal nº 4361/2022, que permite a adoção de áreas públicas. Curiosamente, a revitalização foi realizada pela empresa de Lindiomir Galisa, que possui negócios relacionados a passeios náuticos. A obra foi iniciada em novembro de 2024 e concluída no mesmo ano.
O vereador Saul Ramos denunciou que a revitalização incluiu um píer e um guichê para a venda de passeios turísticos, explorados economicamente por Galisa. Ele também destacou que o local estava sendo usado sem alvará, o que configura irregularidade. Em uma reunião em novembro do ano passado, empresários e figuras políticas discutiram estratégias para explorar o local.
Durante essa reunião, Galisa garantiu que mudanças na medida provisória não ocorreriam caso outro prefeito fosse eleito. O advogado do município confirmou que o local não estava sob regime de concessão e alertou sobre os problemas relacionados à renovação do alvará.
Nilza sugeriu usar o Centro de Autismo como uma “fachada administrativa”, afirmando que seria difícil contestar essa iniciativa devido à sua natureza nobre.
André Oliveira (NOVO) se manifestou sobre as fraudes em processos licitatórios e concessões públicas, criticando o uso da APAE ou do Centro de Autismo como escudo contra investigações.
Agora, uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) investigará não apenas as irregularidades na exploração turística, mas também um possível esquema de enriquecimento ilícito por parte dos agentes públicos.
Fonte: Rádio Menina FM