Mesmo contra a lei, banhistas levam cães à praia em Porto Belo; veja riscos de doenças

Os problemas podem acometer também os humanos, mas são ainda mais graves nos pets.

Apesar de algumas placas ao longo da Praia Central de Porto Belo-SC, serem claras, muita gente insiste em levar os pets para a areia, mesmo  existindo lei  de proibição para  cães na área dos banhistas.  Ao longo de somente uma tarde na praia,  pode-se presenciar mais de 20 cachorros circulando livremente pela areia.  Alguns com seus tutores, outros, simplesmente sozinhos. Alguns até circulavam entre as cadeiras de praia, em meio a turistas e frequentadores da praia central de Porto Belo.  Em determinado  momento, somente um casal, desfilava cinco pets na praia ao mesmo tempo.

Como frequentador da praia, nunca havia visto nada parecido com isto antes. 

Conhecem a praia do Pinho?Aquela destinada a nudistas? Porto Belo hoje, parecia o paraíso canino…Livres, leves e soltos, na maior.

Fiscalização? Vigilância Sanitária? Não vimos em momento algum.

O problema vai além da presença dos pets, que não incomoda por si só, porém o  risco é das doenças transmitidas pelos animais.  Mas não só, os  pets também ficam expostos a problemas graves quando em contato com mar, areia e calor (um exemplo é o verme do coração que, se não tratado, pode levar à morte).  A praia está longe de ser o lugar ideal para os pets. O risco de doenças que podem ocorrer tanto em humanos quanto nos animais são grandes. Veja alguns exemplos:

Nos humanos

Bicho de pé

Basta entrar em contato com a pele dos pés para que a pulga Tunga penetrans se aloje entre os dedos e sob as unhas. O inseto se alimenta da pele humana e segue cada vez mais fundo, formando lesões extensas. O risco é que a ferida cresça, forme uma área de necrose e dê espaço para uma infecção bacteriana, que vai exigir o tratamento com antibióticos.

“A prevenção é cuidar da saúde dos animais, que são os transmissores, e, quando for andar na areia ou no gramado, usar chinelo ou calçados fechados”, explica João Luiz Carneiro, médico clínico geral do hospital VITA.

Os sintomas demoram de dois a três dias para aparecer e se resumem a coceira intensa, inchaço e vermelhidão. O tratamento é feito com pomadas antiparasitárias e a tradicional agulha ou pinça – esterilizada. Dependendo da profundidade da lesão, o bicho de pé pode ser retirado sem ajuda médica. Se for mais profunda, é melhor procurar um especialista.

Bicho geográfico

É uma larva microscópica presente no intestino e nas fezes de cães e gatos. Assim como o bicho de pé, ela penetra na pele e forma uma espécie de caminho avermelhado, gerando bastante coceira e incômodo. A situação tende a melhorar naturalmente entre seis e oito semanas.

“Mas isso é muito tempo para a pessoa sentir o incômodo da coceira e, neste período, o bicho geográfico vai crescendo e caminhando pela pele, o que não é uma sensação boa”, explica o médico.

O tratamento não envolve a retirada da Larva migrans cutânea, mas o uso de pomadas e a crioterapia (aplicação de gelo no local para matar o bicho geográfico).

Nos cachorros

Dilofilariose canina

O Aedes aegypti, mosquito que transmite as doenças dengue e Zika nos humanos, é também um dos transmissores da dirofilariose canina, ou a doença do verme do coração. Quando não tratada, pode levar à morte.

A partir da picada, o mosquito deposita larvas que, com o tempo, chegam ao átrio direito do coração, comprometendo a passagem de sangue do animal. Por ser uma doença silenciosa, os sintomas (apatia, emagrecimento e alteração respiratória) só aparecem em fase bem avançada, quando o coração está repleto de vermes, segundo a veterinária.

O tratamento com medicamentos dura, inicialmente, 30 dias. A cada quatro meses, os exames devem ser refeitos.

Queimaduras no focinho, orelhas e patas

Os raios UV não afetam só os humanos. Quando expostos por muito tempo no sol, cães podem sofrer queimaduras nas regiões mais sensíveis do corpo, como o focinho, as orelhas e as patas. Por isso, a dica é sempre passar protetor solar específico para cães.

Infecções de ouvido e úlceras nos olhos

Microrganismos presentes na areia podem causar alergias e inflamações na pele dos animais. Já a água do mar pode gerar dor de ouvido e conjuntivite – em alguns casos, até úlceras nos olhos dos pets.”

Crédito: Gazzetta do Povo

Foto: O Janelão

 

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