Acampamento em quartéis, queima de carros em Brasília, fala de Braga Netto, atentado contra o aeroporto e quebra-quebra do 8 de Janeiro de 2023 são parte do mesmo enredo do grupo bolsonarista.
Na manhã desta terça-feira, 19 de novembro, a Polícia Federal (PF) deu um passo significativo na investigação de um plano de golpe de Estado que visava assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A operação resultou na prisão de quatro militares do Exército e um agente da PF, todos suspeitos de conspirar para desestabilizar o governo.
De acordo com a PF, os envolvidos começaram a monitorar os passos das autoridades logo após as eleições de 2022, em um esforço para viabilizar suas intenções criminosas. O plano, que incluía até mesmo a ideia de envenenar Moraes, foi gestado em uma reunião realizada na residência do ex-ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto, no dia 12 de novembro de 2022. Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro, teve sua casa como ponto central para as articulações do grupo.
O documento da PF destaca que o monitoramento das autoridades foi considerado necessário para “neutralizar” o que chamaram de “centro de gravidade”, ou seja, qualquer fator que pudesse impedir a execução do golpe. O termo “neutralizar” revela a gravidade das intenções do grupo, que via a prisão ou eliminação dessas figuras como parte fundamental para alcançar seus objetivos.
O ministro Alexandre de Moraes tornou pública sua decisão que autorizou a operação da PF, enfatizando a seriedade das ameaças enfrentadas pelas autoridades democráticas do país. As investigações continuam em andamento e buscam esclarecer todos os detalhes sobre as motivações e estruturas desse plano golpista.
Jornalismo O Janelão